Sustentabilidade nas grandes cidades
Nova Iorque é tudo aquilo que você pode imaginar e vai do impressionante ao caos em menos de um minuto. A mínima tendência consumista explode nessa cidade onde qualquer idealista teria dificuldade para reduzir o ritmo. Segurá-la é praticamente impossível. Seria como parar a rotação da Terra.
Do meu ponto de vista, a questão é bem mais complexa. Fico imaginando onde vai parar o excesso de resíduos gerados em apenas um dia na cidade. O lixo acumulado nas ruas confunde-se com a esperança dos homeless que se amontoam pelas calçadas à procura de um quarter.
Depois de São Paulo, nunca vi tanta gente pelas ruas, nem em Ciudad del Leste, Paraguai, em seus áureos tempos de comércio. Se por um lado a cidade encanta, por outro, desencanta. É impossível ficar impassível diante do tumulto provocado por milhares de turistas afoitos em busca de descontos, promoções, coisas e mais coisas que talvez nunca sejam utilizadas.
Será que precisam de tudo isso? Seria uma afronta à natureza se não precisassem. Durante quase dez dias de passeio pela cidade, não consegui identificar um elemento sequer que não estivesse carregando uma mala, uma mochila, uma máquina fotográfica ou um copo de café Starbucks. Dá-se a impressão de que se você não estiver carregando algo parecido, você não existe.
Dia após dia, você sai de uma loja, entra na outra e volta no dia seguinte e tudo se apresenta como se as lojas fossem reinauguradas. Tudo é preparado para o consumo. Após o expediente, equipes auxiliares são orientadas para reorganizar o caos e tudo volta ao estado original para refazer o ciclo do consumo.
Em Nova Iorque, a linguagem universal é o cartão de crédito. Se você não fala inglês, fique tranquilo. Apresente o cartão, torça para que o limite suporte o ímpeto da sua natureza consumista e sorria. Você pode estar contribuindo para o fim do mundo, mas ainda que o efeito seja passageiro, o consumo espanta todos os males.
Por onde quer que você ande, há sempre alguém fazendo, comendo ou comprando algo. Não é à toa que o americano se deprime e a economia entra em colapso em épocas de crise. Tudo funciona bem desde que você não pare de gastar o seu suado dinheirinho no maior centro de consumo do mundo. A China vai chegar ao mesmo nível em breve.
Em Nova Iorque, o mundo vai além do nosso mundinho. Todas as nações encontram-se na Big Apple. Isso é a parte boa da visita. Pode-se ver de tudo, comprar de tudo, comer de tudo e experimentar diferentes sotaques em menos de um minuto. Não há dinheiro que pague a experiência da diversidade cultural.
Apesar dos problemas, a cidade impressiona em todos os sentidos: metrô eficiente, prédios imponentes, conectividade em qualquer ponto, obras construídas há mais de 100 anos, capazes de tirar o fôlego do cidadão desinformado num simples giro de 180 graus, como a Brooklin Bridge, o Chrysler Building e o Empire State, por exemplo.
Por tudo isso e mais do que a nossa mente pode imaginar, Nova Iorque proporciona ótimos passeios. Serve para ver o que somos capazes de criar e para pensar a respeito do que se pode fazer para acelerar a destruição do planeta. Em geral, se não existe consciência para o consumo, não existe salvação para a humanidade.
O papel do cidadão no desafio da sustentabilidade
O desafio da sustentabilidade é o mesmo em qualquer lugar do planeta, porém nas grandes cidades ele desafia a lógica. Se não somos capazes de consumir conscientemente, a dificuldade aumenta.
Contribuir para o desafio da sustentabilidade do planeta é uma responsabilidade coletiva que requer ações individuais e coletivas. Qual é o papel do cidadão nesse desafio? Aqui estão algumas maneiras pelas quais podemos contribuir:
- Reduzir o consumo de energia: utilize energia de forma eficiente em casa, desligando dispositivos eletrônicos quando não estão em uso, substituindo lâmpadas incandescentes por LED, aproveitando a luz natural e optando por eletrodomésticos energeticamente eficientes.
- Economizar água: reduza o consumo de água, consertando vazamentos, tomando banhos mais curtos, reutilizando água sempre que possível e instalando dispositivos de economia de água, como torneiras com baixo fluxo e chuveiros econômicos.
- Reciclar e reutilizar: separe corretamente os resíduos recicláveis e aproveite ao máximo os itens antes de descartá-los. Além disso, dê preferência a produtos reciclados e recicláveis.
- Minimizar o uso de plástico: evite o uso de produtos descartáveis de plástico, como sacolas, copos e talheres. Opte por alternativas sustentáveis, como sacolas reutilizáveis, garrafas de água reutilizáveis e recipientes de vidro.
- Promover a mobilidade sustentável: opte pelo transporte público, compartilhe caronas, caminhe ou utilize bicicletas sempre que possível. Se necessário, escolha veículos com baixa emissão de carbono ou elétricos.
- Apoiar fontes de energia renovável: utilize energia proveniente de fontes renováveis, como solar, eólica ou hidrelétrica. Considere a instalação de painéis solares em sua casa, se viável.
- Conservar os recursos naturais: use de forma responsável os recursos naturais, como árvores, água e solo. Plante árvores, participe de atividades de reflorestamento e evite o desperdício de água.
- Consumo consciente: compre produtos sustentáveis, que sejam duráveis, produzidos de forma ética e ambientalmente responsável. Priorize alimentos orgânicos e de origem local sempre que possível.
- Educar e conscientizar: compartilhe informações sobre a importância da sustentabilidade com amigos, familiares e comunidade. Participe de programas educacionais e apoie organizações que promovam a conscientização ambiental.
- Engajamento político: exerça sua cidadania participando de discussões políticas e apoiando políticas públicas que promovam a sustentabilidade e proteção ambiental.
Lembre-se de que pequenas ações individuais podem ter um impacto significativo quando adotadas por um grande número de pessoas. A mudança começa em casa, mas também é importante cobrar ações dos governos e das empresas para promover um futuro sustentável para o planeta.
A única coisa que nos faz acreditar que nossos netos terão um mundo melhor é o peso da consciência, que tenta resistir bravamente ao ímpeto do consumo. É como remar contra a maré, mas é necessário, ainda que você seja a única voz a esbravejar na multidão.
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