O conflito de gerações é uma tendência dentro das empresas, considerando as dificuldades de adaptação às diferentes formas de pensamento de cada um em particular. Portanto, é importante entender as diferentes de cada geração e como a liderança pode atuar para amenizar os conflitos, uma vez que convivência é inevitável e se for bem administrada, pode ser benéfica para as empresas e profissionais.
Liderança positiva: o que é
Liderança positiva é um modelo de liderança que busca criar um ambiente de trabalho positivo, promovendo o bem-estar e a felicidade dos colaboradores. É baseada em princípios como empatia, respeito, gratidão e compaixão.
Os líderes positivos valorizam e reconhecem as contribuições dos colaboradores e promovem a colaboração e a inovação. O objetivo é criar um ambiente de trabalho saudável, motivador e produtivo, onde os colaboradores se sintam valorizados e engajados.
A liderança positiva pode ser uma abordagem eficaz para amenizar conflitos de gerações no ambiente de trabalho. Ao criar um ambiente de trabalho positivo e valorizar as contribuições de todos os colaboradores, independentemente da idade, a liderança positiva pode ajudar a promover a colaboração e o respeito mútuo entre as diferentes gerações.
Além disso, a liderança positiva pode ajudar a identificar e valorizar as habilidades e experiências únicas que cada geração traz para a equipe, promovendo a diversidade e a inclusão.
Conflito de gerações: as diferentes gerações no mercado de trabalho
A dinâmica atual dos negócios consegue reunir cinco gerações distintas no mesmo ambiente de trabalho: a geração tradicional, dos nascidos até a década de 1950; a dos chamados baby boomers, dos nascidos entre 1951 e 1964; a geração X, dos nascidos entre os anos de 1965 e 1980; e a geração Y ou Millenials, muito bem representada pelos meus filhos, nascidos a partir de 1981 até 1996; e a geração Z, nascida entre 1997 e 2010, aquela que já veio ao mundo com o mouse na mão.
Os filhos da geração tradicional eram dedicados, cultuavam uma perspectiva essencialmente prática e mantinham profundo respeito diante da autoridade. A liderança se dava por hierarquia e dentro dela reinava um imenso espírito de sacrifício.
Pense nos seus pais, avós e bisavós, recém-libertados de um período de guerra, autoritarismo e escravidão, muitos deles imigrantes, expulsos de sua terra natal. Boa parte deles era fruto da Grande Depressão de 1929, que destruiu fortunas imensas no mundo inteiro e agravou ainda mais a situação do chamado Terceiro Mundo.
A geração baby boomers é a geração nascida no pós-guerra (Segunda Guerra Mundial), que mantinha uma perspectiva otimista e uma profunda ética profissional, porém a postura diante da autoridade era uma relação de amor e ódio.
A liderança se dava por consenso e apresentava um grande espírito de automotivação, apesar das incertezas. Esse conceito não era tão amplo para nós, brasileiros, quanto era para os americanos, japoneses, ingleses e alemães, entre outros, que viveram o período difícil, antes e depois da Segunda Guerra.
A geração X, da qual eu faço parte, apesar de possuir uma ética profissional equilibrada, é a que manteve uma perspectiva cética e uma postura desinteressada diante da autoridade. Para os profissionais da geração X, a liderança é fruto da competência e pesa sobre eles um espírito de anticompromisso diante da realidade.
Atualmente, essa geração ainda predomina na hierarquia de muitas organizações. Trata-se de uma geração que também é fruto do Mito da Tecnologia e da Modernidade e, diferente das gerações anteriores, teve acesso a novos mercados, novas línguas e tecnologia após a década de 1980.
A geração Y, também conhecida como Millennials, possui várias características distintas, que incluem: tecnologia, multitarefa, busca de propósito, diversidade e inclusão, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, busca por feedback e desenvolvimento, mentalidade empreendedora, consciência social e ambiental.
Por fim, temos a geração Z, que cresceu em um mundo altamente digital, com acesso à internet e à tecnologia desde cedo, sendo fluente em tecnologia e mídias sociais. Experimentou um ambiente de diversidade e inclusão, portanto, procura valorizar a diversidade de raça, gênero, religião e orientação sexual, buscando uma sociedade mais inclusiva e igualitária.
Essa geração possui mentalidade empreendedora e busca criar seus próprios negócios e empreendimentos desde jovens. É engajada em questões sociais e ambientais e busca criar mudanças positivas na sociedade e no meio ambiente.
Habilidosa na busca de informações, costuma aprender de forma autônoma e contínua, aproveitando os recursos disponíveis online e desenvolvendo habilidades de aprendizado independente.
Com cinco gerações convivendo no mesmo espaço, a forma de ver o mundo deve se ajustar radicalmente. Coisas do tipo “no meu tempo era assim”, “você não sabe o que é sofrimento” ou ainda “ah, se fosse no meu tempo” não faz a menor diferença.
No mundo de hoje, experiência é apenas uma etapa que já foi cumprida e não mais um diferencial no mercado de trabalho, ávido por cabeças pensantes recém-formadas e por uma carga de energia que nem sempre os mais experientes estão dispostos a fornecer.
O meu tempo, o seu tempo, o nosso tempo não existe mais. O que existe é um novo tempo onde as empresas e as pessoas estão muito mais preocupadas com os resultados imediatos do que com o futuro da humanidade e com os conflitos de gerações. Aliás, se o conflito for bom para o crescimento da organização, acaba sendo até estimulado; afinal, um pouco de pressão não faz mal a ninguém; ao contrário, acirra os ânimos e amplia a competição.
A convivência pacífica entre diferentes gerações requer um novo olhar sobre a organização e uma nova forma de liderança. Substituir profissionais apenas pela necessidade de oxigenação é um pensamento simplista demais, além de desumano. Em qualquer empresa, existe espaço para todas as gerações, embora a maioria delas continue optando pela impetuosidade dos mais novos, em nome do resultado.
Todas as gerações que ainda constituem a população economicamente ativa do planeta podem contribuir. A questão é saber como lidar com todas elas, considerando tamanha diversidade.
Dicas para amenizar o conflito de gerações
Por tudo isso, aqui vão algumas dicas para líderes entenderem melhor o que ocorre no momento atual e para saber lidar um pouco com tudo isso. Conflitos de gerações podem ser bons originadores de ideias e espírito colaborativo. O restante fica por conta da habilidade de cada um, independentemente da geração em que se enquadre.
Respeito mútuo: promova um ambiente de trabalho que valorize a diversidade de opiniões, experiências e pontos de vista de cada geração, incentivando o respeito mútuo e a escuta ativa. Isso não significa renunciar a suas convicções, princípios e valores; ouvir um ponto de vista diferente não significa que você deve concordar com ele; ter um membro de cada geração na equipe não significa que você não é um bom líder, ao contrário, significa maturidade para lidar com ideias e comportamentos diferentes.
Comunicação aberta e clara: Estabeleça canais de comunicação abertos e eficazes para que as diferentes gerações possam se expressar e compartilhar suas perspectivas e preocupações. Entender as diferenças básicas entre as gerações é a chave para o acordo de paz entre elas, caso contrário, a convivência e o entendimento se torna impossível.
Reconhecimento das habilidades e experiências de cada geração: Valorize as habilidades e experiências únicas de cada geração e crie oportunidades para que elas compartilhem seus conhecimentos e se beneficiem das habilidades uns dos outros.
Flexibilidade no estilo de trabalho: reconheça que as diferentes gerações têm as preferências e estilos de trabalho diferentes e tente ser flexível na criação de um ambiente de trabalho que atenda às suas necessidades.
Mentoring e programas de desenvolvimento: crie programas de mentoria e oportunidades de desenvolvimento profissional que promovam a troca de conhecimentos e experiências entre as diferentes gerações, estimulando a colaboração e o aprendizado mútuo.
Foco nos objetivos e resultados: Concentre-se nos objetivos e resultados do trabalho em vez de diferenças geracionais, promovendo uma cultura de cooperação e colaboração em busca de interesses e metas comuns.
Liderança inclusiva: Desenvolva líderes inclusivos que valorizem a diversidade e promovam a colaboração entre as diferentes gerações, criando um ambiente de trabalho inclusivo e harmonioso.
Mesclar energia e experiência, sabedoria e impetuosidade, sensatez e tecnologia, é uma tarefa digna de líderes maduros que compreendem profundamente as vantagens e os benefícios da diversidade; tenha bem claro em mente o que cada geração pode produzir; se você tenta igualar o conhecimento e o resultado, a frustração é óbvia.
Quanto mais antiga a sua geração, maior a sabedoria, portanto, não discuta nem insista, apenas coloque o seu ponto de vista; sabedoria é diferente de inteligência; se você não tem poder de decisão, não perca seu tempo nem sua energia, continue remando ou mude de rio.
Leia o meu artigo sobre Inteligência Emocional e entenda como ela pode ajudar a resolver conflitos de gerações nas empresas.
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