Depois de cinquenta anos bem vividos, tomei uma decisão importante na minha carreira profissional. Estou partindo para o meu próprio negócio. Apesar de bem remunerado e feliz com a oportunidade recebida há nove anos, numa grande empresa de consultoria, há coisas que o dinheiro, o glamour e o sobrenome da empresa, incorporado ao nome da gente, não remuneram.
Essa velha questão, comum a todos os mortais, me incomoda mais do que tudo na vida: – o que você vai ser quando crescer? Como dizia Ralph Waldo Emerson, poeta e pensador norte-americano, leva tempo para descobrir o quanto somos ricos. Contudo, não se deve desistir nunca.
Nesse exato momento, enquanto você lê esse artigo, eu me considero rico em termos de potencial e conhecimento para desbravar o mundo, mas essa mudança passou por uma longa trajetória de erros e acertos e isso é o que faz a gente crescer.
Tive a oportunidade de acompanhar a história de centenas de empreendedores ao longo dos últimos dez anos. Da mesma forma, tive a chance de participar do crescimento e das angústias de boa parte deles e cheguei a uma simples conclusão: – não há nada que boa vontade, foco e persistência não resolvam.
Existem milhares de pessoas e empresas no mundo precisando de ajuda, portanto, decidi reinventar minha carreira e trazer à tona a vontade real do meu coração a fim de tornar a vida verdadeiramente válida em termos profissionais.
Algumas pessoas enxergam o seu nariz melhor do que você, portanto, é necessário saber ouvi-las e, ao mesmo tempo, dar voz ao seu coração para buscar a força e a criatividade que já existem dentro de você mesmo. Na prática, é preciso desafiar os nossos próprios modelos mentais para romper o aprisionamento que nos limita.
A reinvenção de si mesmo exige uma boa dose de autoconhecimento. Nossa mente é contraditória e nossas janelas são limitadoras. Isso faz com que as pessoas se fechem para as oportunidades que se abrem todos os dias. É aquela velha história: enquanto alguns choram, outros vendem lenços e flores.
Portanto, em vez de procurar o emprego dos meus sonhos, decidi criar o meu próprio emprego ao definir o que eu quero para os próximos cinquenta anos, afinal, não tenho projeto de morrer antes dos cem. Com o tempo, percebi que gosto de analisar e resolver problemas alheios, sou fã de vários empreendedores e, com isso, me tornei motivador por natureza.
Por fim, eu construí uma boa rede de relacionamentos e me considero capacitado para implementar ideias e soluções em diferentes tipos de empresas, então, o que me impede de fazer isso mais e melhor, por conta própria?
É fácil tomar uma decisão dessas? Claro que não. Tomar decisões difíceis envolve riscos, ônus e bônus, prós e contras, além de você ter de brigar o tempo todo com sua mente conspiradora emitindo sinais de alerta: “cuidado”, “ melhor um pássaro na mão do que dois voando” etc.
Não existe um método 100% seguro para reinventar a si mesmo com absoluta chance de sucesso, portanto, quero compartilhar aqui um simples roteiro de questões levadas por mim em consideração para chegar a uma decisão difícil como essa:
- Você está feliz fazendo o que faz?
- Você está feliz onde trabalha?
- Você está disposto a dar um passo para trás para dar dois para frente?
- Você tem reservas financeiras para se aguentar por um bom tempo?
- Você faz as coisas de maneira diferente da grande maioria?
- Você consegue tornar a vida das pessoas mais fácil?
- Você consegue aprender algo diferente todos os dias?
- Você tem experiência e credibilidade exigidas pelo mercado?
- Você tem amigos e parceiros com quem pode contar mais adiante?
- Você consegue ser ainda melhor naquilo que faz?
Como dizia Abraham Maslow, psicólogo norte-americano, “Não é normal saber o que queremos; é uma realização psicológica rara e difícil.” Porém, a frase mais difícil e incômoda no fim da vida será essa: “eu poderia ter tentado isso”.
Pense nisso e empreenda mais e melhor!