Quociente de adversidade: origem e conceito
Você já ouviu falar em (QA) quociente de adversidade? Trata-se de uma das competências mais requisitadas pelas organizações do mundo competitivo em que vivemos. O termo foi criado por Paul Stolz, presidente da Peak Learning, empresa de consultoria global fundada por ele em 1987, nos Estados Unidos.
Stolz é conhecido por seu trabalho na área de resiliência e superação de adversidades. Ele desenvolveu o conceito do “quociente de adversidade” ou “AQ” (Adversity Quotient, em inglês), como uma medida da capacidade de uma pessoa para lidar com adversidades e desafios.
O quociente de adversidade é semelhante ao quociente de inteligência (QI) e ao quociente emocional (QE), mas se concentra na forma como as pessoas lidam com a adversidade e superam obstáculos. Ele mede a resiliência, a mentalidade positiva, a capacidade de lidar com o estresse e a determinação para superar desafios.
De acordo com Stolz, o quociente de adversidade (QA) é um fator crítico para o sucesso na vida pessoal e profissional. Ele argumenta que pessoas com alto quociente de adversidade têm maior probabilidade de enfrentar desafios de maneira positiva, aprender com a adversidade e alcançar resultados significativos.
Em seu livro As Vantagens da Adversidade, Stolz explora estratégias e técnicas para aumentar o quociente de adversidade e desenvolver habilidades de resiliência. Ele acredita que a adversidade pode ser uma fonte de crescimento pessoal e oportunidade, desde que seja enfrentada com uma mentalidade correta.
Para fundamentar sua teoria, Stolz chegou a entrevistar mais de 100 mil pessoas para descobrir porque algumas pessoas tinham sucesso na vida e outras permaneciam estagnadas. Entre elas, havia muitos empreendedores, alguns falidos e outros bem-sucedidos.
No entanto, é importante notar que o conceito de quociente de adversidade pode ser debatido e sua validade científica pode ser questionada. Alguns críticos argumentam que a resiliência e a capacidade de enfrentar adversidades são construídas por uma combinação de fatores complexos, que vão além de uma única medida como o quociente de adversidade.
Profissionais avessos ao quociente de adversidade
Com base no resultado da pesquisa, Stolz dividiu as pessoas em 3 grandes grupos de profissionais, que foram conceituados da seguinte forma:
Desistentes: tem aversão a riscos; em geral, são profissionais que não suportam o peso da escalada profissional. Entre os exemplos citados pelo autor encontram-se os funcionários públicos e acadêmicos em geral da universidade publica (professores).
Campistas: de certa forma, estão presos à zona de conforto, buscam segurança e previsibilidade; não fazem nada mais do que o suficiente; perdem a motivação facilmente e, com isso, suas capacidades atrofiam; em caso de risco, os campistas estão sempre em cima do muro.
Alpinistas ou Escaladores: são aqueles incansáveis na sua escalada, os que não desistem nunca, os que estão sempre em busca de desafios, os que se recusam decididamente a fazer parte da média geral; os alpinistas ou escaladores confrontam as adversidades, enquanto os demais continuam pensando em novas possibilidades.
Uma das principais conclusões do autor demonstra em números relativos o seguinte: 10% das pessoas se situam na faixa dos desistentes; 10% são alpinistas ou escaladores; a grande maioria, 80%, é essencialmente campista, ou seja, faz apenas o suficiente para sobreviver.
Os sintomas dos indivíduos e das empresas derrotados pela adversidade são facilmente identificados: resistência às mudanças, reclamações generalizadas, tendência a culpar os outros, aversão ao risco, sensação coletiva de impotência, ausência de responsabilidade e a síndrome de se tornar vítima, também conhecida como síndrome de Hardy, estão entre os mais comuns.
Como elevar o seu quociente de adversidade (QA)
Paul Stolz e o atleta Erik Weihenmayer, que conquistou fama mundial fazendo escaladas em grandes picos, a despeito da cegueira que o acometeu ainda criança, definiram os passos mais importantes para essa escalada. Os passos foram batizados de os 7 picos da adversidade, a saber:
Enfrente: aprenda a superar a frustração, a impotência e a raiva e a tirar proveito da adversidade. Em vez de culpar os outros pelos problemas, assuma a responsabilidade pela solução.
Convoque suas forças: desafie a sabedoria popular convencional de que são os talentos naturais que nos conduzem ao sucesso. Exceda as expectativas daquilo que você e os outros podem ou devem tentar fazer.
Engrene o seu centro vital: aprenda a lidar melhor e mais rápido com a adversidade. Engrene o seu CORE (controle, propriedade, alcance e resistência) – as quatro dimensões que determinam como você reage às adversidades; converta as adversidades em benefícios pessoais e seja diferente.
Possibilidades pioneiras: projete sistemas personalizados para transformar o impossível em possível; aprenda a criar estratégias onde os outros nada conseguem ver.
Carga leve, carga certa: descubra como uma carga mal planejada pode prejudicar e atrapalhar sua vida e como a escolha das coisas, pessoas, origações e interesses certos pode fortalecê-lo. “Salte com leveza”, de tal modo que se possa levantar facilmente, em vez de se deixar abater sob o peso da adversidade.
Saiba sofrer: o caráter é forjado nas chamas da adversidade, porém, se você souber sofrer do jeito certo, o sofrimento poderá vir a ser o combustível da grandeza.
Demonstre grandeza todos os dias: este pico, o mais elevado de todos, reúne as idéias mais importantes do livro; independentemente do cargo, da cor, do sexo ou da religião, algumas práticas são universais e nunca poderão distanciá-lo da massa; bondade, respeito e simplicidade são princípios fundamentais para mantê-lo no topo.
Pessoas com elevado QA entendem que todos os problemas enfrentados são limitados na profundidade e na duração, portanto, conseguem reagir de maneira mais rápida e eficaz. Para elas, o que a experiência não consegue resolver, o tempo e a sua capacidade de resiliência se encarregarão de fazê-lo.
Por fim, quem percebe as derrotas e os obstáculos como passageiros tem mais chances de responder positivamente. Se você conseguir manter o foco, a transparência e a direção em momentos de adversidade, pode se considerar um alpinista por natureza.
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