Paradoxos e paradigmas: conceitos
Paradoxos e paradigmas são palavras de significados muito arraigados no mundo corporativo. Por conta dos paradigmas, somos obrigados a conviver com paradoxos todos os dias, considerando a dificuldade de quebrá-los ou de resolvê-los à luz da razão.
No que diz respeito ao relacionamento nas organizações, a razão não tem tido muito espaço, mas é a única capaz de perpetuar qualquer negócio.
Paradoxo, segundo o dicionário Aurélio, é o conceito do que é ou parece contrário ao comum, um contrassenso, um absurdo, um disparate que contraria os princípios do pensamento humano ou que colide com as crenças e convicções da maioria das pessoas.
Paradigmas são modelos ou padrões previamente estabelecidos, seguidos ou imitados e não questionados pela maioria das pessoas.
Por essa razão, quebrar paradigmas, na maioria dos casos, significa remar contra a corrente, tentar estabelecer uma nova ordem das coisas, algo que poucas pessoas estão dispostas a fazer, a fim de preservar seus empregos e evitar desgastes.
Paradoxos e paradigmas: exemplos
Em 40 anos de carreira profissional, eu convivi com muitos paradoxos e paradigmas difíceis de se lidar, cujos exemplos abaixo serão suficientes para ilustrar os conceitos:
Paradoxo: um gerente insensível era capaz de matar a mãe pra não perder uma festa de órfãos, mas, em compensação, batia todas as metas de resultados por onde passava.
Como pode um executivo sem escrúpulos ser admirado pela diretoria e ninguém abaixo dele ter coragem de enfrentá-lo? Atingir metas é suficiente para encobrir as esquisitices humanas? Hoje nem tanto.
Paradigma: durante muito tempo, o excedente das bobinas de papel era retirado das máquinas com as mãos ou os pés dos trabalhadores para evitar o acúmulo de material no final do processo. Portanto, foram necessários muitos acidentes de trabalho, quebra de padrão e alguns anos de conscientização até que o processo fosse alterado.
Paradoxos são disparates; paradigmas, padrões; paradoxos são absurdos; paradigmas, modelos; paradoxos geram frustrações; paradigmas, dores e dilemas. Ambos exigem coragem e, por vezes, a rebeldia de alguém para mudá-los.
Vejamos alguns exemplos atuais:
Paradoxo: quanto mais os profissionais estudam, mais qualificações obtêm; na prática, a disputa por competências habilidades é cada vez maior, mas a possibilidade de exercê-las integralmente é cada vez menor. Isso não é frustrante?
Paradigma: quanto maior o número de cursos, maior a qualificação, a chance de crescer na empresa e o salário; quanto maior o nível educacional, maior a probabilidade de um dia ser demitido por conta do seu salário.
Na prática, são poucas as empresas que conseguem suportar os encargos trabalhistas incidentes sobre a folha de pagamento, portanto, esse modelo estabelecido fica difícil de ser quebrado.
Embora vivamos rodeados de paradoxos e paradigmas, devemos fazer um esforço descomunal para não nos entregarmos a eles. Os paradoxos nos desafiam e colocam em xeque nossos valores, esperanças e expectativas.
Por outro lado, os paradigmas podem atrofiar a inteligência humana a partir do momento em que concordamos em seguir a manada, mesmo sabendo que ela caminha para o lado contrário, não necessariamente o errado.
Formas de entender e administrar paradoxos e paradigmas
Compartilho a seguir uma pequena receita, que vai ajudá-lo a enfrentar a hipocrisia corporativa de cabeça erguida. Talvez isso não o livre totalmente dos paradoxos e dos paradigmas, mas o levará a refletir sempre que estiver tentado a desviar a sua conduta.
Seja fiel aos princípios: respeito, igualdade, liberdade, paz e amor são universais; portanto, valem para qualquer pessoa; não fazer aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem a você jamais sairá de moda.
Aceite, mas questione: ser flexível é uma coisa, ser submisso é outra; em pleno século 21, o estilo goela abaixoainda existe, mas isso não o impede de contestar padrões e comportamentos inadequados, que contrariam o senso comum ou ferem a sua dignidade.
Mude sempre que necessário: ninguém é obrigado a conviver com a hipocrisia, a indiferença e a insegurança; portanto, se as coisas não funcionam bem onde você está, tenha orgulho próprio e vá ser feliz em outro lugar.
Lute até o fim: ser flexível feito o bambu, dizem os chineses, mas isso não impede o aumento da resistência e o fortalecimento do tronco durante as tempestades.
As palavras de Benjamim Franklin, inventor e diplomata norteamericano, encerram a lição de hoje: o fracasso quebra as almas pequenas e engrandece as grandes, assim como o vento apaga a vela e atiça o fogo da floresta. Isso é que é paradigma. Para pensar a respeito.
Pense nisso e seja bem mais feliz!
Gostou? Comente, compartilhe, retribua por todo conhecimento adquirido.
Quer saber mais? Leia o meu artigo sobre Sucesso na vida pessoal e profissional
Conheça o meu Canal no Youtube. Clique em Jerônimo Mendes
Visite minha página na Amazon e conheça meus livros: Livros Jeronimo
Conheça minhas Palestras e Treinamentos
1 comentário(s)