O conceito de arrogância
Há algum tempo recebi e-mail de um leitor, em meio a muitos outros que recebo toda semana. Depois de ler alguns dos meus artigos, ele sentiu-se habilitado para definir a minha postura ou personalidade como arrogante e moralista.
Pensei muito, antes de responder, se aquelas palavras valiam a réplica ou mesmo tréplica. Contudo, em respeito ao leitor que, afinal, investiu o seu precioso tempo para escrever aquela longa mensagem sobre o meu trabalho, teci algumas considerações a respeito.
Isso não foi suficiente para convencê-lo nem era esse o meu propósito, afinal, como ele mesmo disse no e-mail, cada um tem a sua própria filosofia de vida e não existe o certo nem o errado, de acordo com as crenças de cada um.
Concordo parcialmente, afinal, se não existisse o certo nem o errado, mediante um código de conduta universalmente reconhecido, o mundo seria pura sacanagem em forma de violência, cinismo e o mais absoluto desrespeito. Estaríamos ainda na Idade Média brigando por um pouco de dignidade. Na prática, é difícil convencer alguém de algo para o qual a pessoa não está preparada ou não faz o mínimo esforço para entender.


Em meio aos adjetivos nada simpáticos que eu recebi, procurei manter um postura amigável e receptiva. O contraditório de tudo isso é que eu fui condenado, sem direito a defesa, por um conjunto de palavras e não de atitudes.
Apesar de não concordar com o leitor, isso faz a gente pensar. Onde estaria essa tal arrogância? Como se pode dizer que uma pessoa é arrogante ou não, com base num único contexto? O fato de você não concordar com o que eu digo ou penso lhe dá o direito de me chamar de arrogante ou moralista?
Ao fim do duelo, permaneci na dúvida. De que lado estaria a arrogância? De quem escreveu ou de quem replicou? Expressar sentimentos e defender suas convicções soa arrogância? Moralismo é uma forma de arrogância?
Segundo o dicionário Aurélio, arrogância é o orgulho que se manifesta por atitudes altivas e desdenhosas; diz respeito também à soberba, insolência e atrevimento. Portanto, arrogante é aquele que tem ou revela arrogância.
Não me lembro de ter escrito algo parecido com isso, porém, mantenho respeito pelo ponto de vista alheio, ainda que não concorde com ele. Afinal, eu não preciso amar alguém para me dar bem com a pessoa.
De uma forma ou de outra, somos todos arrogantes quando sustentamos nossas convicções e somos incapazes de respeitar o ponto de vista de alheio; quando nos sentimos no direito de julgar ou preconceber com base em valores unilaterais; quando desprezamos a biologia, a linguagem, a cultura e a história pessoal diferente da nossa.
Como combater a arrogância
Combater a arrogância e não se render a ela exige autoconhecimento, humildade e a disposição para mudar. Aqui estão 10 práticas eficazes que poderão ajuda-lo a enfrentar esse mal do século em qualquer lugar onde você estiver:
Pratique a escuta ativa: em vez de interromper ou impor sua opinião, ouça com genuíno interesse. Isso ajuda a compreender melhor os outros e a valorizar suas perspectivas.
Peça feedback sincero: pessoas arrogantes muitas vezes ignoram como são percebidas. Pergunte a pessoas de confiança sobre sua postura e esteja aberto a críticas construtivas.
Reconheça seus erros: admitir falhas e aprender com elas demonstra maturidade e gera respeito.
Evite a necessidade de estar sempre certo: ninguém sabe tudo. Aceitar que pode estar errado ou que há outras formas de pensar é um grande passo para a humildade.
Valorize os outros: reconheça e celebre o sucesso e as contribuições das pessoas ao seu redor, em vez de tentar ser sempre o centro das atenções.
Desenvolva empatia: tente se colocar no lugar dos outros para entender suas experiências e dificuldades. Isso reduz julgamentos e comportamentos arrogantes.
Aprenda com os humildes: observe e se inspire em pessoas que demonstram humildade e respeito no trato com os outros.
Mantenha-se em constante aprendizado: o verdadeiro conhecimento nos ensina que sempre há mais a aprender. Manter essa mentalidade evita que a arrogância tome conta.
Aceite que você não sabe tudo: a arrogância muitas vezes vem da ilusão de que já sabemos o suficiente. Adote uma mentalidade de aprendizado contínuo, buscando sempre novos conhecimentos e perspectivas. Leia livros, faça cursos e esteja aberto a aprender com pessoas de diferentes áreas e experiências.
Pratique a autocrítica construtiva: reserve momentos para refletir sobre suas atitudes, decisões e comportamentos. Pergunte-se: “Estou ouvindo o suficiente?”, “Estou sendo receptivo a novas ideias?”, “Estou aprendendo com meus erros?”. Esse exercício de autoconhecimento ajuda a manter a humildade e aprimorar constantemente suas habilidades e relações.
Por fim, lembre-se: expressar um ponto de vista pessoal, mesmo equivocado, é um direito de qualquer cidadão. Discordar do ponto de vista alheio também é, porém, tentar combatê-lo sem propósito específico nem fundamento, é o ápice da arrogância.
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