Quem é o inimigo ou quem são os inimigos?
Como seria maravilhoso se o ambiente corporativo fosse o mundo ideal que tanto buscamos! Imagine as pessoas se respeitando, praticando o legítimo espírito de equipe, conspirando menos contra vida a alheia, torcendo pelo sucesso dos amigos e sorrindo na maioria das vezes, a despeito de toda pressão exercida para o alcance dos resultados.
O fato é que nunca se sabe o que se passa na mente das pessoas e, como diria Ralph W. Emerson, grande pensador norteamericano, o ser humano é digno de tese. Quando imaginamos que as pessoas estão acomodadas, alinhadas com o nosso modo de ser, pensar e agir e, portanto, são dignas de confiança, surgem fatos que mudam a história dos acontecimentos.
Citar exemplos é desnecessário. É provável que nesse exato momento muitos exemplos estejam martelando a sua cabeça e é possível que você já tenha sido vítima de conspiração silenciosa, que resultou em decepção total. São aqueles sapos que você acaba engolindo sem tempero, mesmo quando não tem fome.
De acordo com Alan e Barbara Pease, autores do bestseller Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor, o principal interesse das pessoas é por elas próprias; portanto, elas estão mais interessadas nelas mesmas do que em você. Isso faz do ambiente corporativo um campo fértil para a dissimulação.
Há quem fique decepcionado com esse princípio básico da natureza humana e considere os outros egoístas ou egocêntricos, pois há muito tempo existe a crença de que devemos oferecer algo de valor sem esperar nada em troca. Nesse sentido, as pessoas contrariam o próprio discurso.
A verdade é que todo ato praticado pelo ser humano na vida é motivado, basicamente, por interesses pessoais. Na prática, quem espera que as pessoas ajam por motivações diferentes, que não sejam os seus interesses pessoais, se decepciona, mas não se iluda, o mundo corporativo é assim.
Na prática, não há razão para se sentir constrangido nem há necessidade de pedir desculpas. É o instinto de sobrevivência que fala mais alto e, pelo fato de a maioria ter sido moldada a “ferro e marteladas”, doses frequentes de recaídas são até certo ponto perdoáveis.
O problema é que muitas pessoas morrerão praguejando, conspirando, torcendo para que as coisas deem errado. A maioria seguirá falando mal da vida alheia, competindo ao extremo, perseguindo colegas em vez de metas e objetivos desafiadores.
Infelizmente, pessoas assim não fazem a mínima questão de mudar o discurso nem as atitudes, ainda que a clava do destino desça sobre suas cabeças. Na sua triste concepção, elas estão sempre certas e vêem o mundo apenas como uma conspiração inequívoca em torno do seu potencial.
Do ponto de vista político, a polarização é um exemplo claro de o quanto as pessoas não se interessam pelo ponto de vista alheio, principalmente quando contrariadas, mesmo sabendo que suas palavras não se sustentam.
O inimigo mora ao lado?
Na maioria dos casos, o inimigo está mais perto do que você imagina. Ele trabalha ou mora ao lado e não sente o menor constrangimento quando sorri de maneira amistosa no corredor da empresa, na sala de reunião ou na mesa do restaurante, enquanto se prepara para falar mal de você e dos seus amigos na primeira oportunidade.
Até há pouco tempo eu ainda carregava uma leve esperança de que esse tipo de comportamento seria extinto com a entrada do novo milênio e o acesso irrestrito ao conhecimento que a sociedade levou milhões de anos para acumular. Ledo engano. Quanto mais as coisas mudam, mais permanecem as mesmas, diz o ditado.
Nunca na história da humanidade as pessoas tiveram tanta informação e conhecimento à disposição. Embora tenhamos dominado todo tipo de tecnologia, não somos capazes de dominar os nossos instintos mais primitivos.
No fundo da alma, o ser humano continua com a língua afiada, insensível, competitivo ao extremo, maldoso, pronto para puxar o tapete alheio, disposto a eliminar todo aquele que ouse atravessar o seu caminho e, por vezes, segue feliz com a desgraça alheia. O inimigo está mais perto do que você imagina.
Portanto, esteja onde estiver, na vida pessoal e no trabalho, leve em consideração essas 3 regras de ouro para não se misturar à multidão que você tanto critica, mas acaba se perdendo ao fazer o mesmo, de vez em quando.
- Evite alimentar expectativas irreais: em relação ao ambiente corporativo, as pessoas são o que são e a natureza humana não pode ser compreendida. Expectativas irreais, principalmente em relação às pessoas, tendem a aumentar a intensidade da dor quando não são atendidas.
- Faça aos outros somente o que gostaria que fizessem a você: independentemente da religião, a principal “regra de ouro” proferida por Jesus Cristo continua valendo, tão simples e ao mesmo tempo tão difícil de ser aplicada.
- Pratique a sabedoria de São Bernardo: nada pode me causar dano senão eu mesmo; o prejuízo que sustento levo-o comigo e nunca sofro realmente, a não ser por minha própria culpa; essas palavras foram escritas há quase mil anos, mas continuam super atuais.
Uma frase inesquecível de Napoleon Hill, autor de A Lei do Triunfo – aqui adaptada para o propósito da mensagem – encerra a lição de hoje: Estão vendo aquele sujeito que conquistou uma posição de respeito, mas o desrespeito é seu maior defeito? Pois bem, o destino está esperando por ele na primeira esquina, com sua clava que não é feita de algodão…
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Quer saber mais? Leia o meu artigo Napoleon Hill e as bases de A Lei do Triunfo
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