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A difícil missão do RH [ 5 formas de amenizar a pressão ]

A difícil missão do RH

Em tempos de crise, geralmente, a missão mais difícil sobra para a equipe de RH. Alguém decide cortar parte do efetivo e o DP, até então conhecido como RH, assume a difícil tarefa de comunicar as demissões, não raro, em massa.

Obviamente, é preciso fazer isso sem muito alarde, para não causar a impressão de que a empresa está com problemas. Nada de pânico, é apenas um procedimento de rotina, pois o mercado mudou, a crise chegou na empresa e os ajustes são mais do que necessários.

Não é difícil distinguir a missão da área de RH da missão do DP. Como eu sempre digo durante minhas palestras e treinamentos, as pessoas são admitidas pelo RH, com direito a crachá, plano de saúde, VR e vale-transporte, entre outros benefícios, porém, em caso de demissão, são encaminhadas para o DP, o qual tem a árdua responsabilidade de retirar tudo isso das pessoas e ainda lhes desejar boa sorte.

Isso demonstra o maior ou o menor grau de importância de uma área que, em princípio, é vital para as empresas, afinal, são as pessoas que fazem as coisas acontecerem.

Na prática, não existe nada mais gratificante do que gerar empregos, contratar pessoas e sustentar milhares de famílias, entretanto, demissão é algo complicado mesmo para quem está acostumado. Há quem demita sorrindo, mas é uma minoria desprezível que não merece ser considerada.

A difícil missão do RH
Image by Freepik

Em geral, a demissão em massa causa maior impacto, porém é mais fácil de ser justificada. É a crise. Quando se decide demitir um ou dois empregados, a missão sobra para o superior imediato e o confronto entre as partes é inevitável, afinal, precisa-se justificar o motivo, olho a olho.

Por outro lado, quando se demite uma quantidade maior de pessoas, um simples comunicado por e-mail ou telefone torna a tarefa um pouco mais digerível embora eu não recomende. Onde fica a consideração pelas pessoas?

O fato é que, em tempos de crise, mesmo que as empresas não sejam inteiramente afetadas, muitas se aproveitam da situação para promover ajustes internos e, nesse caso, salve-se quem puder.

Nessa hora deveria prevalecer aquilo que tanto prezamos como líderes: o senso de justiça. E convenhamos, não é fácil praticar senso de justiça quando você tem a equipe na mão e absoluta certeza de que cada colaborador dá o melhor de si, afinal, todos foram treinados por você, o único que conhece bem o perfil e a vida particular de cada um.

A menos que você seja desprovido de hormônios, não há como se manter tranquilo em situações como essa. Independentemente dos motivos alegados pela direção, sobra para o RH a difícil missão de colocar em prática algo que já está decidido, portanto, resta cumprir a tarefa sob pena de acabar fazendo parte do pacote.

Durante 40 anos de carreira, eu nunca vi alguém do RH ou do DP se rebelar e dizer algo do tipo “se for para demitir toda essa gente, eu me demito antes”. É a lei da sobrevivência, cada um no seu quadrado.

No apagar das luzes, a missão do RH resiste bravamente até o último minuto, entretanto, até que o processo seja finalizado, passa por maus bocados, dentro e fora da empresa, mesmo acostumados a isso.

Em tempos de crise, chefe ruim fica bonzinho e chefe bonzinho torna-se um tanto insensível. Pessoas difíceis se tornam mais fáceis e até mesmo aquele sujeito que diz não para tudo acaba cedendo temporariamente aos apelos do chefe para que ele chegue mais cedo e saia mais tarde. Crises transformam as pessoas, motivo pelo qual fica ainda mais difícil praticar o senso de justiça.

De fato, ninguém quer demitir pessoas. Todo mundo sorri quando novas vagas são criadas, sinal de prosperidade, entretanto, ninguém sorri quando alguém perde o emprego ainda que seja seu inimigo.

Aliás, conheci um profissional em toda minha vida que tinha prazer em demitir sorrindo, porém o tempo se encarregou de colocá-lo no devido lugar. Não deve ter sido fácil quando chegou o dia dele e da forma como aconteceu. Foi demitido por telefone.

Por ocorrência da crise financeira mundial, tenho visto um número cada vez maior de empresas utilizando a prática da demissão em massa como única alternativa para suportar as novas condições de mercado. Aqui também é questão de sobrevivência.

O papel do RH

Nessa hora, o papel do RH é fundamental para amenizar a dor e alguns cuidados são fundamentais para evitar comoção maior ainda do que a provocada pela própria notícia da crise.

Eu tive a oportunidade de trabalhar em oito empresas diferentes e de passar por inúmeras crises econômicas e financeiras, o que me credencia a dividir parte da experiência acumulada em relação ao papel do RH em situações dessa natureza.

E seja qual for a origem das demissões, é sempre uma missão difícil, a qual provoca angústia para ambos os lados, portanto, como profissional de RH, ou dependente do RH, tenha em mente o seguinte:

Evite sofrer por antecipação: não demita nem se demita antes do tempo; você não conseguirá reverter o que já está decidido e provavelmente, foi comunicado com antecedência, portanto, faça o seu melhor até o fim.

Pratique o senso de justiça: em caso de demissões inevitáveis, que prevaleça o senso de justiça. Contudo, nem sempre é possível, algumas vezes por questões políticas e outras porque raramente conseguimos e nem vale a pena saber.

Demissão é um processo: é diferente de outros, mas faz parte do jogo. Se o líder não fizer o papel dele, não se esquive do seu: tratar as pessoas bem, demonstrar solidariedade e estimular a reflexão, seja qual for o motivo da demissão.

Afine o discurso: em RH, o discurso deve estar na ponta da língua; a formalidade é importante, porém, a informalidade pode surgir em determinado momento; atenha-se ao processo e mantenha o foco.

Controle as emoções: cada demissão tem a sua particularidade e cada processo é único; o que funciona bem para um não funciona para outro. Eu já presenciei demissões em que a pessoa se ajoelhou e implorou ao líder pra não ser demitida, algo inusitado, porém irreversível. Foi triste e marcante.

Respeito e consideração é o mínimo que se pode esperar de ambos os lados. Nada supera uma palavra de conforto e otimismo em relação ao futuro, afinal, a vida continua.

Ser um profissional de RH, ou mesmo de DP, significa conviver com as alegrias e tristezas do mundo corporativo. Logo atrás de uma onda de prosperidade sempre surge outra de crises provocadas por fusões, aquisições, incorporações e, então, o cenário muda.

O que não deve mudar é a disposição e o profissionalismo de quem carrega a difícil missão de causar o menor impacto possível na vida das pessoas que dão o sangue pela empresa, mas, inevitavelmente, são afetadas nesse processo.

Quer saber mais? Leia o meu artigo Em busca do emprego ideal

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