Estratégia do oceano azul: o que isso tem a ver com você?
Toda semana eu recebo notícias da demissão de amigos e conhecidos. Eu já devia estar acostumado, entretanto, cada vez que fico sabendo disso, começo a imaginar qual o tipo de profissional que as empresas realmente desejam em seus quadros de trabalho.
Você deve estar pensando que o maior número de cursos ou diplomas é ideal para destacar-se no mercado de trabalho e não ser incomodado. Porém, você concluiu a faculdade e agora estão exigindo MBA. Você concluiu o MBA e agora você precisa de mestrado. Depois do mestrado, é importante que você inicie o curso de mandarim, afinal, a empresa mantém excelente relacionamento comercial com a China.
Depois de tanto sacrifício realizado, distanciamento da família e muito desgaste emocional, talvez você ainda seja demitido porque atingiu um nível salarial muito alto e a empresa não possa mais bancar o seu salário. É mais ou menos isso que vem acontecendo com a Rede Globo nos últimos anos ou, pelo menos, é o que muitos demitidos alegam.
Você é um profissional do tipo pé-de-boi ou puxassaco? Submisso ou confrontador? Soldado ou general? Especialista ou generalista? Você já observou que as empresas, de maneira geral, estão sempre buscando profissionais diferentes daqueles disponíveis em seus quadros? Por que razão os mais desejados trabalham para a concorrência? Parece que quanto mais se dedica, mas vulnerável você parece; portanto, trabalhar bastante não é o suficiente.
A atual dinâmica do mercado de trabalho tornou a concorrência muito mais acirrada do que há dez ou vinte anos. Embora o peso do seu networking seja relevante na contratação, o fato é que a legião de candidatos em busca de novas oportunidades não para de crescer. A ansiedade das empresas para encontrar os mais capacitados cresce na mesma proporção em que o mercado se anima.
Não são apenas os desempregados que contam. Tem gente querendo trocar de emprego em todos os lugares, todos os dias. A fila de descontentes, com o que fazem e com o que ganham, cresce sem parar. Quem está dentro quer sair, quem está fora quer entrar. A máxima do mercado continua firme: há sempre um desesperado pronto para fazer o dobro do que você faz pela metade do que você ganha.
Independentemente da concorrência, é necessário manter o otimismo e o moral elevado, além de continuar estudando, uma vez que a tecnologia continua avançando e testando os limites de aprendizagem e adaptação do ser humano.
Oceano Azul X Oceano Vermelho
A estratégia oceano azul para empresas foi criada pelos autores W. Chan Kim e Renée Mauborgne, que desenvolveram o conceito em seu livro A Estratégia do Oceano Azul: como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante, publicado em 2005.
De lá para cá, a estratégia do oceano azul tem sido amplamente adotada por empresas em todo o mundo, como uma abordagem inovadora para criar novos espaços de mercado, em vez de competir em espaços de mercado já saturados. Os termos oceano azul e oceano vermelho são usados para descrever diferentes tipos de mercados e estratégias empresariais.
O oceano azul se refere a um mercado inexplorado, onde não há competição direta e os concorrentes não existem ou são fracos. Nesse tipo de mercado, uma empresa pode criar um espaço de mercado novo, oferecendo produtos ou serviços únicos que atendam às necessidades dos consumidores de uma forma diferente dos produtos ou serviços existentes.
No oceano azul, as empresas podem encontrar um crescimento sustentável e lucrativo, criando e capturando novas demandas, e não apenas competindo por uma fatia do mercado existente.
Por outro lado, o oceano vermelho se refere a um mercado saturado, altamente competitivo e limitado, onde as empresas concorrem por uma fatia de mercado existente. Nesse tipo de mercado, as empresas competem principalmente por preço, qualidade e outros fatores já estabelecidos. Aqui, a competição é intensa e a margem de lucro pode ser muito baixa.
Estratégia do Oceano Azul e o Modelo das 4 Ações
Será que a estratégia do oceano azul funciona da mesma forma para pessoas físicas e profissionais? Só testando pra saber, mas o fato é que, para sobreviver nesse mercado competitivo, você precisa tornar a concorrência irrelevante, a ponto de não se deixar abater e ser atropelado por ela.
Fazer algo parecido com a estratégia do oceano azul pode ajudá-lo a mudar de direção e transformar sua expertise em grande vantagem competitiva no mercado.
O Modelo das 4 Ações, identificado W. Cham Kim e Renée Mauborgne, é parte integrante da estratégia do oceano azul e foi criado para reposicionar empresas no mercado, com a promessa de tornar a concorrência irrelevante.
Com base nesse modelo, eu tomei a liberdade de criar uma matriz relacionada com a vida pessoal e profissional para ajudar as pessoas, incluindo eu e você, a repensar a carreira com frequência, a fim de podermos nos distanciar da multidão.
Se você não conhece a estratégia do oceano azul, vale a pena dar uma conferida. Apesar de contestada por alguns estudiosos, não há como ignorar o fato de que as empresas mencionadas no livro são exemplos únicos de como não ser apenas mais um no oceano vermelho, onde a maioria se encontra.
Contudo, é necessário entender algo que já foi mencionado em outros artigos no meu site: quem quer ser tudo para todos, acaba não sendo nada para ninguém, segundo Al Ries e Jack Trout, autores do bestseller Posicionamento: a batalha por sua mente. Abrir mão de coisas que não agregam valor é o segredo para o crescimento.
De acordo com o modelo sugerido pelos autores, existem coisas, hábitos, padrões, comportamentos e atitudes que você deve eliminar, reduzir, elevar ou criar, para se posicionar, agregar valor e se destacar no mercado.
Se isto funciona bem para as empresas, deve funcionar também para a nossa vida pessoal e profissional, entretanto, é preciso ter coragem para desapegar das coisas que nos amarram. Analise as perguntas-chave do Modelo das 4 ações e comece a pensar nas respostas:
1) O que você deve eliminar?
A premissa de que se pode fazer tudo a qualquer tempo: quanto mais especialista você se torna, mais referência você cria. Concentre-se no que você é realmente bom e fortaleça ainda mais as habilidades e conhecimentos que poderão torná-lo visível na multidão.
2) O que você deve reduzir?
A ansiedade gerada pela necessidade de pensar que os outros são ou estão melhores do que você: todo mundo tem problemas. O que muda é a forma como cada pessoa enfrenta os problemas e, além do mais, para tudo na vida existe uma ou mais saídas; portanto, a ansiedade só vai dificultar os problemas que ainda não existem.
3) O que você deve elevar?
O seu padrão de pensamento: se você se concentrar em aprender coisas novas diariamente, em vez de ficar insistindo em coisas que não geram valor e crescimento, isso vai ajudá-lo a romper o padrão de expectativas irreais e crenças irracionais; Portanto, mude a fonte do seu conhecimento, mude seu vocabulário, mude suas crenças e mude sua vida.
4) O que você deve criar?
Uma couraça indestrutível: ser remunerado com base nos próprios resultados ou criar o próprio grau de sucesso financeiro é a única forma de tornar a concorrência irrelevante. Seja você o responsável pelos próprios resultados, sem depender de terceiros. Para isso, você precisa descobrir o que realmente o impulsiona para frente.
Você viu alguns exemplos de padrões que podem rompidos e hábitos que podem ser transformados em vantagens competitivas. Agora, pegue uma folha, divida em quatro partes iguais, escreva uma questão em cada parte e comece a escrever. Você vai se surpreender com as coisas que pode criar, eliminar, elevar e reduzir, para o sem próprio bem.
Por fim, lembre-se: nenhuma empresa pode torná-lo mais seguro do que você já é. Revezes fazem parte do caminho em direção ao oceano azul. A demissão é apenas um degrau a mais a ser pisado.
Outros desafios virão e nosso dever é manter a cabeça erguida, o instrumento afinado e as antenas ligadas para aproveitar as oportunidades que aparecem, a menos que queira permanecer no oceano vermelho. É simples assim!
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